Passamos a vida tomando decisões, fazendo uma espécie de “gestão de riscos”. Vou de carro ou de avião? Faço a cirurgia agora ou espero um pouco mais? Faço o seguro do carro? Invisto meu dinheiro na poupança ou compro um CDB? Assino este contrato ou não? Vendo? Compro?
Na maioria das situações, as decisões tomadas não geram problemas relevantes. No entanto, nem sempre tudo sai como o esperado. Muitas vezes o resultado sai do controle, podendo trazer consequências negativas e até mesmo catastróficas.
As perdas inesperadas potenciais são denominadas “riscos”.
Como lidar com o risco?
O risco não depende somente de nossas decisões, mas também decorre de fatores externos e aleatórios.
Por exemplo: existe sempre o risco de um curto-circuito na rede elétrica danificar seus equipamentos e provocar um incêndio.
Mas mesmo nos casos em que o risco provém de fatores fora do nosso controle, a extensão e as consequências dos mesmos dependem de nossas decisões, ações e omissões.
A manutenção da rede elétrica provavelmente vai evitar um problema de curto, ao mesmo tempo que uma apólice de seguros poderia amenizar as perdas incorridas. Assim, a manutenção da rede elétrica é uma forma de mitigar riscos e o seguro é uma forma de transferir riscos.
Planejamento e Gestão de Riscos: qual a sua importância?
E o que ocorre quando o risco depende de suas decisões e o prejuízo potencial afeta terceiros?
Infelizmente nessas circunstâncias emergem outros riscos para você. A responsabilidade do gestor traz com ela os riscos de imagem e de processos judiciais, que podem lhe custar uma fortuna.
Por este motivo, as nossas ações precisam ser meticulosamente estudadas e planejadas, principalmente quando os riscos afetam outras pessoas.
Entre as vantagens que um bom planejamento de riscos agrega, podemos citar:
- Redução da existência de problemas e respectivos prejuízos
- Aumento nas vantagens competitivas efetivas
- Minimização de perdas e potencialização dos resultados
- Aumento geral na possibilidade de sucesso do projeto
- Menor incidência de crises, assim como nos custos envolvidos
Como implementar uma boa gestão de riscos empresarial
Diversos riscos podem afetar substancialmente a operação de uma empresa, como:
- Risco de mercado
- Risco de crédito
- Risco de liquidez
- Risco operacional
- Risco jurídico
Mas o primeiro e principal risco é desconhecer os riscos ou simplesmente negligenciá-los.
Para gerenciar os riscos de um projeto ou empresa, é preciso passar pelo seguintes tópicos:
- Planejamento
- Identificação e mapeamento de riscos
- Análise de riscos e cenários
- Plano de contingenciamento e planejamento de respostas
- Controle de riscos
Conhecer os riscos significa fazer um “mapa de riscos”, uma lista de itens a serem estudados e compreendidos.
De posse do “mapa de riscos”, deve-se então agrupar esses riscos de acordo com o seu tipo (operacional, mercado, atuarial, crédito, legal, etc.) e elaborar uma análise da relevância de cada item, tanto em termos de sua probabilidade de ocorrência quanto em termos de perdas potenciais.
Depois disso é necessário propor formas de lidar com cada um desses grupos de riscos.
Atribuir responsável por cada área (operacional, mercado, atuarial, crédito, legal, etc.). Determinar métricas e indicadores relevantes para a gestão. Em muitos casos a apuração dos indicadores de risco é realizada por uma área especializada ou por terceiros independentes.
A alta administração deve monitorar e avaliar o cumprimento das metas de gestão regularmente e discutir os ajustes necessários em um Comitê de Riscos.
Como dizia Peter Drucker, considerado como o “pai da administração moderna”, “Não podemos gerenciar o que não podemos medir”.
Checklist básico para a gestão de riscos:
- Você já fez o mapeamento de riscos?
- Avaliou frequência e severidade de impacto?
- Delegou formalmente a responsabilidade pelos diversos riscos a seus gestores?
- Possui métricas e controles definidos?
- Avalia essas métricas de forma independente?
- Possui um comitê de riscos organizado, com calendário de reuniões e atas organizados?
Priorize a gestão de riscos em sua empresa
Uma empresa que não adota uma análise criteriosa dos riscos que a envolver está cometendo o pior pecado administrativo de todos: a irresponsabilidade.
Realizar uma boa gestão dos diversos riscos é minimizar a chance de um imprevisto afetar negativamente a empresa, potencializar as margens do negócio e contribuir cada vez mais para que a empresa siga operando de maneira forte e saudável.
Agora que você já sabe a importância da gestão de riscos, não perca mais tempo e implemente já na sua empresa. Caso precise de ajuda, procure um profissional qualificado, com certificação em gestão de riscos.
Até a próxima!
Muito interessante o artigo, se aplica muito bem no universo dos RPPS.
Muito obrigado, Rafael!