Os indicadores da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, a ANBIMA, formam um grupo de poderosas métricas para nortear e gerir os investimentos do seu instituto.
Dentre os índices fornecidos, estão os da família IMA (Índices de Mercado ANBIMA), que demonstram a dívida pública marcada a preços de mercado de uma carteira de títulos públicos federais.
Conheça um pouco sobre cada um deles no artigo de hoje.
O que são os Índices de Mercado ANBIMA?
O IMA (Índices de Mercado ANBIMA) é uma família de índices de renda fixa que, por meio dos preços de mercado de uma carteira de títulos públicos federais, representam os investimentos em dívida pública.
Os subíndices do IMA são determinados pelos indexadores aos quais os títulos são atrelados:
- IRF-M (prefixados)
- IMA-B (indexados pelo IPCA)
- IMA-C (indexados pelo IGP-M)
- IMA-S (pós-fixados pela taxa Selic)
- IMA-Geral
Indicadores Prefixados
Os indicadores prefixados (IRF) representam uma carteira de títulos públicos federais composta exclusivamente pelos títulos Tesouro Prefixado (LTN) e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTNF). Ambos possuem taxas de rentabilidade pactuadas no momento da compra, de onde advém a sua classificação. Dentre as suas subdivisões, estão o IRF-M (contém todos os títulos), o IRF-M 1 (contém os títulos que possuem vencimento em até um ano) e o IRF-M 1+ (títulos que possuem vencimento em mais de 1 ano).
Uma particularidade destes títulos é que seu valor de venda na data do vencimento sempre será de R$1000,00. Para conseguir atender a esta necessidade, o Tesouro exerce um controle, fazendo com que os títulos mais curtos (de vencimento em até um ano, como os que compõem o IRF-M 1) tenham sua rentabilidade bastante estável durante o período.
Por esses índices terem suas taxas conhecidas na data da compra e, caso sejam levados a vencimento (como é extremamente comum em Regimes Próprios), suas rentabilidades são garantidas na data da venda (caso sejam vendidos antes, sua precificação será dada a mercado, o qual sofre oscilações durante a vida do título), estes podem servir como benchmark de uma rentabilidade conservadora de longo prazo, em uma carteira de investimentos de um RPPS.
Indicadores Pós-fixados – SELIC
O índice pós-fixado (IMA-S) é composto por todos os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, atrelados à taxa SELIC (Tesouro SELIC (LFT)). Apesar de existirem diferentes vencimentos para esses títulos, não existem subdivisões para este índice.
O IMA-S é o índice que mais se aproxima da taxa DI, divulgada pela CETIP. Porém, vale ressaltar que este indicador sofre os efeitos dos ágios e deságios aos quais estão sujeitas as LFTs, podendo haver períodos em que este se afaste da taxa DI.
Como a taxa SELIC é fixa por 45 dias, fazendo com que sua rentabilidade seja constante por este período, sem oscilações, e suas variações pré-datadas podem ser previstas com certa chance de acerto, o IMA-S é um bom benchmark de rentabilidade conservadora de curto prazo na carteira de um RPPS.
Indicadores Indexados – IPCA e IGP-M
Os indicadores indexados (IMA-B e IMA-C) são formados por uma carteira teórica de títulos indexados ao IPCA (Tesouro IPCA+ (NTNB Principal) e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTNB) ou ao IGP-M (Tesouro IGPM+ (NTNC), as duas taxas de inflação mais utilizadas do Brasil.
Esses títulos mesclam um pouco das características dos prefixados e dos pós-fixados, pois contam com uma taxa pactuada no momento da compra, mais o acréscimo referente ao índice de inflação.
No ramo dos IMA-B, existem o IMA-B (todos os títulos indexados ao IPCA), o IMA-B 5 (somente os títulos indexados ao IPCA com vencimento em até 5 anos) e o IMA-B 5+ (títulos com vencimento superior a 5 anos).
O IMA-C atualmente não tem subdivisões, sendo o seu índice a representação de uma carteira composta por todos os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional indexados ao IGP-M. Vale lembrar que o Tesouro não mais emite este título. Portanto, é normal que o seu instituto não o encontre disponível para compra.
Esses títulos tendem a ter seus vencimentos mais longos e contam com a incerteza de como serão os índices de inflação no futuro. O IMA-B 5+, por exemplo, já contou com volatilidades quase iguais as da bolsa de valores de São Paulo, a BOVESPA. Por esses fatores, podemos dizer que esses índices servem de benchmark para uma parte mais agressiva e de longo prazo na carteira de investimentos.
Indicadores Gerais
Existem dois indicadores gerais: IMA-Geral e IMA-Geral ex-C.
O primeiro é calculado através de uma média ponderada do IMA-B, IMA-C, IMA-S e IRF-M. O segundo segue o mesmo raciocínio, mas não considera o IMA-C, sendo composto somente pelo IMA-B, IMA-S e IRF-M.
Os indicadores gerais podem ser utilizados como benchmark de uma carteira diversificada em renda fixa, pois englobam títulos de variados prazos e volatilidades. E, conforme demonstrado no nosso artigo de diversificação de carteira, uma carteira diversificada é uma carteira protegida contra as oscilações do mercado.
Como esses indicadores podem ajudar na gestão de investimentos da RRPS?
Esses indicadores servem como benchmarks para a carteira do seu Regime Próprio. As segregações dos indicadores fornecem importantes métricas de renda fixa, para investimentos de curto e de longo prazo, conservadores e agressivos.
Como vários fundos de investimentos de renda fixa buscam suas rentabilidades nesses índices, o conhecimento sobre eles é importantíssimo para a tomada de decisões de investimentos do seu RPPS. Para mais informações sobre a metodologia de cálculo dos índices, clique aqui e confira o material disponibilizado pela ANBIMA sobre o assunto.
Até a próxima!