BOLETIM ECONÔMICO SEMANAL 17/04
Os acontecimentos da semana passada estão tomando grande parte deste relatório. Primeiro, destacamos a decisão do COPOM em diminuir a Selic em 1 ponto percentual, chegando a 11,25%, como estava previsto pelo mercado. Segundo, que o Relatório Focus, divulgado hoje, mas com percepção do mercado até 12/04, continua puxando para baixo a previsão do IPCA de 2017 e 2018. Terceiro, a divulgação dos vídeos das delações dos membros da ODEBRECHT tem tomado grande parte do noticiário político e econômico brasileiro. Quarto, as ações e reações militares em conflitos pelo mundo, com a participação dos Estados Unidos, Rússia, Síria e Coréia do Norte.
A queda na Selic, já esperada pelo mercado, veio confirmar a tendência de aceleração na reação da política monetária para dar fôlego à retomada do crescimento da economia. Visto que a inflação vem caindo de maneira consistente ao longo do tempo. A expectativa do mercado é que a Selic chegue aos 8,5% ao ano em dezembro de 2017 e se mantenha neste nível ao longo de 2018. Mais informações a respeito teremos ao longo da próxima semana, quanto se conhecerá a Ata do Copom, com detalhes importantes das discussões da reunião passada.
O mercado vem revendo sua expectativa sobre o IPCA a cada novo Relatório Focus. A inflação vem recuando nos diferentes indicadores divulgados e se percebe na economia uma tendência de baixa nos preços de vários produtos. Esta tendência tem uma ligação estreita com o nível de atividade ainda muito baixo da economia, que promove acúmulo de estoques e força as liquidações e promoções. O que se observou em plena Páscoa foram promoções anteriores e não posteriores com era feito nos outros anos. Claro que os números darão muito mais robustez a estas análises, por isso esperamos alguns indicadores interessantes até o final deste mês para dar suporte a esta análise.
As reformas da previdência, trabalhista e fiscal estão seguindo seu rumo no Congresso. Contudo, na última semana houve um furacão que passou pelo mundo político com a divulgação de mais de 270 horas de gravações com as delações dos membros da ODEBRECHT. Os investimentos dependem da expectativa dos agentes econômicos quanto a aprovação das Reformas propostas. Se estas informações mudarem a velocidade ou o rumo da tramitação destes projetos, fatalmente a confiança dos investidores será balada e haverá adiamento dos investimentos. Assim, a retomada do crescimento poderá ficar comprometida.
A perspectiva de conflito, mesmo que diplomático, entre as maiores potências militares mundiais, causa uma instabilidade pouco desejada aos analistas internacionais. Estes viam a economia dos países desenvolvidos tomando rumos de crescimento sustentado, mas com perspectiva de interrupção por conta de desvio do foco econômico para o militar.
Por último, chamamos a atenção para a elevação do IBC-Br de fevereiro, proxy mensal do PIB calculada pelo Banco Central, que foi impulsionada pelas revisões altistas dos dados de varejo e serviços, atingindo alta de 1,31% na passagem de janeiro para fevereiro. O resultado surpreendeu positivamente os analistas de mercado, que previam elevação de 0,50%. Na comparação interanual, houve queda de 0,73%, acumulando recuo de 3,56% nos últimos doze meses. Também merece destaque a revisão do dado de janeiro, que passou de uma queda de 0,30% para uma expansão de 0,62%, influenciada pelas alterações metodológicas da PMC e da PMS, ambas do IBGE.
DESEMPENHO DOS INDICADORES
AGENDA DA SEMANA