BOLETIM ECONÔMICO SEMANAL 03/04
A semana inicia com as informações do Relatório Focus mantendo a tendência de queda na previsão da Taxa Selic e da Inflação para 2017. Outro ponto é que i IPCA tende a chegar já na meta de 4,5% com o resultado esperado para março, que deve ficar em torno de 0,23% de alta. Esta tendência já vem sendo destacada em nossos relatórios, principalmente por conta da situação de queda no nível de atividade. Contudo a informação sobre o desemprego em fevereiro mostra uma estabilidade que chama a atenção do mercado para uma possível retomada nos meses subsequentes. O que ainda depende de outros indicadores que serão divulgados nos próximos dias da semana.
O resultado primário do governo central ficou deficitário em R$ 23,5 bilhões em fevereiro, acumulando resultado negativo de R$ 147,4 bilhões nos últimos 12 meses, isto é, 2,34% do PIB, conforme divulgado pelo Banco Central. Enquanto o governo central apresentou déficit de R$ 28,8 bilhões, os governos regionais permaneceram superavitários, em R$ 5,2 bilhões. No mês, a despesa com juros somou R$ 30,8 bilhões, levando o déficit nominal a R$ 54,2 bilhões. A dívida bruta do governo central, por sua vez, atingiu 70,7% do PIB em fevereiro, subindo de 69,5% no encerramento do ano passado.
Acreditamos que a relação dívida/PIB deve continuar crescendo nos próximos anos, apresentando convergência de forma muito gradual, quando as reformas fiscais, como a adoção de um teto para o crescimento das despesas e a Reforma da Previdência, começarem a ter impacto mais relevante sobre as finanças públicas. Cabe ainda um destaque em relação às medidas anunciadas pelo governo quanto à contenção de gastos, que dependem de muitas variáveis para que possam afetar o déficit crescente que se verifica.
Na área do Euro o índice PMI industrial avançou em março, o que corrobora nossa expectativa de aceleração do PIB do bloco no primeiro trimestre. O índice PMI da indústria de transformação subiu de 55,4 para 56,2 pontos entre fevereiro e março. A elevação foi impulsionada pela aceleração da produção e dos novos pedidos, que atingiram a maior taxa de crescimento desde abril de 2011. Também merece destaque a continuidade de alta dos preços, diante da depreciação do euro e da elevação dos preços de commodities.
O movimento também foi confirmado pelo índice de preços ao produtor, que subiu 4,5% na comparação interanual em fevereiro, de acordo com os dados divulgados hoje pela Eurostat. A aceleração foi generalizada dentre seus componentes, com destaque para os preços de energia, que avançaram 11,4%, na mesma métrica (ante elevação de 10,5%). Descontados tais preços, a inflação ao produtor subiu 2,1%, acima da alta de 1,5% observada em janeiro. Apesar desse movimento dos preços ao produtor e do maior crescimento da atividade econômica na Área do Euro no primeiro trimestre, os impactos na inflação ao consumidor têm se mostrado modestos.
Um ponto de destaque para esta semana deve ser o início do segundo trimestre. Conforme os indicadores do primeiro trimestre forem sendo conhecidos verificaremos se nossas previsões de queda na produção se confirmará para este período. Estas informações ainda poderão dar espaço para as previsões da atividade no segundo trimestre. A nossa expectativa é de que haja uma estabilidade da produção no segundo trimestre.
DESEMPENHO DOS INDICADORES
AGENDA DA SEMANA
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