CENÁRIO
RETROSPECTIVA
Os resultados do IGP-M e do IPC-Fipe de janeiro indicam uma desaceleração dos preços no mês de janeiro. Há uma sazonalidade neste período, ligado a reajustes que normalmente ocorrem no início do ano que parece não influenciar os indicadores de janeiro. Assim, espera-se que o IPCA de janeiro, que será conhecido na quarta-feira, e o IGP-DI, a ser divulgado na terça-feira, também apontem esta desaceleração na inflação. Cabe aqui um breve destaque, pois a posse dos novos prefeitos neste primeiro mês de 2017 adiou alguns reajustes para o início de fevereiro, como o caso do transporte público. Assim, teremos algum impacto nos índices de fevereiro.
A atividade econômica inicia a semana com uma informação relevante sobre os números da produção e venda de veículos da Anfavea, divulgados nesta segunda-feira. A indústria automobilística produziu 174 mil veículos em janeiro, uma alta de 17,1% em comparação com janeiro de 2016. O ritmo das linhas de montagem diminuiu 12,9% em janeiro, entretanto, na comparação com dezembro, quando 199,8 mil veículos foram produzidos no país. O volume de estoque no mês passado subiu em relação ao fim de 2016 — passou de 176,2 mil para 186,4 mil unidades. Isso significa que houve aumento na produção em relação a janeiro de 2016, mas uma queda de produção em relação a dezembro de 2016. Já as vendas tiveram um comportamento diferente, pois o licenciamento de 147,2 mil unidades em todo o país representou uma retração de 5,2% no intervalo comparativo. Menor retração do que a observada entre janeiro de 2015 e janeiro de 2016, que tinha sido de 38%. Um destaque do informativo da Anfavea foi o aumento das exportações de veículos, atingindo 37,1 mil unidades, representando um aumento de 56% em relação a janeiro de 2016. Percebe-se que o mercado externo vem segurando a queda de vendas verificadas no mercado interno. A Anfavea divulgou que espera uma recuperação das vendas para o primeiro trimestre de 2017.
Um indicador que ainda não tinha sido divulgado ao final deste relatório é o de atividade no comércio de janeiro, calculado pela Serasa Experian. Espera-se que estes, por serem os primeiros do varejo neste ano de 2017, tragam uma visão mais clara deste comportamento e suas tendências. Em princípio, espera-se que os números sejam menores do que Janeiro de 2016. Na próxima quarta-feira sairá a informação da Conab sobre a safra 2016/2017 de grãos, que deve vir com aumento em relação à anterior. Portanto, esta semana teremos mais informações sobre como se espera a reação da atividade econômica para 2017.
No exterior, o mercado aguarda informações sobre a China. Já se conhece os índices PMI, que apontam uma estabilidade da economia chinesa em termos de produção. Aguardam-se os dados das reservas internacionais, balança comercial e do mercado de crédito. Nos Estados Unidos, as informações apresentam uma alta na geração de postos de trabalho em janeiro. Há sim, um crescimento do emprego, mas não se percebe uma pressão nos salários que possa afetar as expectativas de inflação e movimentos de aumento de juros por parte do FED. A área do Euro apresenta indicadores que contribuem para o crescimento do PIB no primeiro trimestre do ano, podendo até gerar pressões inflacionárias. Contudo, o índice PMI do varejo apresenta números diferentes entre os países. Há crescimento de vendas na França e Alemanha, compensados por retração na Itália. Este é mais um exemplo das diferenças nas economias da região que dificultam a gestão da política monetária pelo Banco Central Europeu.
JUROS & BOLSA
JUROS
A semana para os juros iniciou com a divulgação do Relatório Semanal Focus sinalizando inflação marginalmente inferior à semana anterior (4,70% x 4,71%) e com taxa Selic estável em 9,5% para o ano de 2017.
A curva de Juros Nominal segue acompanhando a tendência de redução da taxa Selic e mostra novo fechamento em todos os vértices da curva. A redução ainda moderada apresentada pela curva de Juros Nominal pode ser atribuída às declarações do presidente do Banco Central, Illan Golfajn, que comentou que a velocidade de cruzeiro para o corte da taxa Selic é de 0,75%. Essa declaração tende a afetar tanto a curva de Juros Nominal como a Real. Na Nominal, esta tende a apresentar redução na velocidade do fechamento da curva, visto que o Banco Central sinalizou que não pretende fazer nenhum corte mais elevado na taxa, o que faz com que parte dos cortes a frente já tenha sido precificado em movimentações anteriores da curva de Juros Nominal. Já na curva de Juros Real, o resultado é um pouco diferente, como pode ser observado no gráfico. Os vértices mais curtos apresentaram abertura em relação a semana anterior, refletindo a expectativa de continuidade da queda da inflação para o ano de 2017 aliada a uma redução mais gradativa da taxa de juros, elevando a taxa de Juros Real no curto prazo. Nos vértices de médio e longo prazo a curva começa a fechar com a expectativa de estabilização da taxa de juros e inflação.
Neste cenário de menor fechamento da curva de Juros Nominal, mantemos as orientações para ganhos em ativos indexados à inflação (NTN-B), podendo considerar os fundos IMA-B e IDKA, principalmente nos vértices mais longos que tendem a sofrer maior impacto das variações da Taxa Selic. Já os ativos pré-fixados (LTN e NTN-F) e fundos IRF-M, acreditamos ser melhor não aumentar exposição no momento, pois o impacto tende a ser reduzido no momento.
BOLSA
A bolsa encerrou a sequência que vinha apresentando nas últimas quatro semanas, encerrando a sexta (03/02) aos 64.945 pontos, queda de 1,6% na semana, mas ainda acumulando alta de 7,85% em 2017. Apesar da redução apresentada na última semana, a bolsa ainda apresenta espaço para subir, principalmente com a redução das expectativas de alta nos juros americanos no curto prazo, o que pode fazer com que a bolsa continue buscando o próximo alvo dos 68 mil pontos, o que nos faz manter a recomendação de alocação em renda variável com alta correlação com o Ibovespa para movimentações táticas.
DESEMPENHO DOS INDICADORES
AGENDA DA SEMANA
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