A recente queda na taxa de juros básica da economia, atualmente projetada para menos de 7% antes do final de 2018, traz enormes desafios para a gestão dos recursos dos Regimes Próprios de Previdência.
Neste cenário, está claro que os investimentos indexados ao CDI, os preferidos do mercado nacional, não poderão mais garantir as metas de rentabilidade.
Com o baixo retorno esperado para os investimentos atrelados à Selic e/ou CDI, torna-se bem mais desafiador obter o saldo desejado e necessário para as aposentadorias dos participantes.
O desafio da relação risco x retorno dentro de um RPPS
Rentabilizar o Capital acima da taxa livre de risco do mercado (Taxa Selic/CDI), nunca foi e nunca será tarefa trivial. Maiores retornos estão sempre atrelados a maiores riscos.
Algumas frases são praticamente axiomas da gestão de recursos e demonstram claramente essa relação, como:
- Quanto maior o risco, maior o retorno esperado;
- Se não há risco, não há retorno;
- Existem riscos que você não pode correr e existem riscos que você não pode deixar de correr.
Além disso, aumentar os riscos em busca de maiores retornos é uma decisão mais difícil ainda para os Gestores dos Regimes Próprios – já que esses lidam com os investimentos destinados à aposentadoria dos participantes.
Os Institutos também possuem diversos participantes, cada um em uma fase da sua vida profissional e com sua percepção e aceitação individuais de assumir riscos financeiros em busca de maiores retornos. Tudo isso só torna a busca por melhores rentabilidades ainda mais complicada.
Não existe solução única e não existem atalhos. Mas felizmente, apesar da particularidade e meticulosa análise necessária para se encontrar uma ótima carteira de investimentos para cada caso, existe uma estratégia de fácil implementação que comprovadamente gera resultados consistentes e certamente pode melhorar a situação de todos: a diversificação de carteira.
A diversificação de carteira como estratégia de investimentos
Apesar do conceito de “não colocar todos os ovos em uma única cesta” ser bastante difundido, poucos gestores conseguem ir além do clichê e utilizar a diversificação de forma eficiente.
Muito mais do que a metáfora anteriormente citada, a diversificação é a técnica que permite reduzir riscos através da alocação dos recursos entre diferentes instrumentos financeiros, classes de ativos, setores, entre outras categorias.
A diversificação é uma importante ferramenta na busca por retornos consistentemente maiores, pois a técnica não somente majora os retornos das carteiras de investimentos, como ao mesmo tempo reduz os riscos das mesmas.
Por que diversificar é uma boa estratégia?
Tecnicamente falando, a diversificação funciona porque alguns ativos possuem retornos negativamente correlacionados. Mas, não é intenção deste artigo provar matematicamente os benefícios da diversificação.
O princípio básico por trás da afirmação anterior é que diferentes ativos reagem de forma diferente a certas circunstâncias.
Para exemplificar, vamos imaginar que existe no mercado a possibilidade de fazer investimentos em uma fábrica de bloqueador solar e/ou uma fábrica de guarda chuvas. No exemplo hipotético sabe-se que ambas darão um retorno de 100% nos próximos 5 anos.
No exemplo, ambas darão um retorno igual de 100% no final do período. Porém, o caminho para chegar lá certamente será bem diferente. Nos anos de maior índice pluviométrico, as vendas de guarda chuva irão impulsionar os lucros e, com ele, o retorno das ações. Nos anos mais ensolarados, acontecerá justamente o contrário com a fábrica de protetor solar. Enquanto uma fábrica sofre, a outra comemora!
Ainda se valendo do exemplo, neste momento, é possível pensar: “Se ambas terão o mesmo retorno, por que investir nas duas? Posso investir somente na fábrica de guarda chuvas e só precisar acompanhar um investimento”.
Primeiro que o mundo real não funciona com garantia de retornos. Mas, mesmo que fosse possível garantir os retornos, determinado investidor que tenha decidido investir somente na fábrica de guarda chuvas, por motivos não previstos, pode precisar se desfazer de seu investimento antes do prazo final, justamente em um ano ensolarado.
Diversificação de carteiras na prática: como implementar?
Diversificar a Renda Fixa significa investir em títulos públicos e privados, com diferentes indexadores (CDI, Pré-fixado, IPCA+), com diferentes prazos de diferentes emissores. A escolha ideal entre eles dependerá muito das características dos fluxos de entradas e saídas de cada RPPS.
A estratégia também funciona através da compra de cotas de fundos de investimentos com diferentes estratégias. Existem fundos que focam em bater determinados índices como CDI, IMA-B, IMA-B5+, além dos fundos especialistas em crédito privado.
Já na renda variável, a diversificação é mais simples de ser implementada. Com a ausência de indexadores e prazos, é possível diversificar uma carteira já a parti da simples compra de um número maior de ativos.
Mas, apesar da maior facilidade, muitas vezes os Gestores dos Regimes Próprios de Previdência precisam acompanhar o desempenho de sua renda variável em relação ao retorno dos principais índices do mercado – como o Ibovespa, por exemplo. Nessa hipótese, muitas vezes a estratégia mais eficiente é a compra de cotas de fundos de investimento especialistas.
Conclusão
Resta claro que nessa nova fase da economia brasileira, a rentabilização do capital será muito mais difícil, demandando maior dedicação dos gestores nas análises e processos de investimento.
Apesar da diversificação ser uma solução quase que mágica, não existe solução única e não existem atalhos. Cada Instituto enfrenta desafios particulares. Consequentemente, os investimentos necessários para atingir os objetivos de rentabilidade são diferentes entre si.
Como se não bastasse o cenário geral, um desafio adicional para os institutos são suas equipes, normalmente muito enxutas. Na impossibilidade de aumentar o número de funcionários e pela inexistência de fórmulas mágicas, a solução é preparar-se para o futuro. Trabalhar hoje, para garantir maiores rentabilidades amanhã.
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